Um assunto da moda, além dos crimes de colarinho branco e da nossa inflação, é a draconiana lei seca, que visa não impedir que pessoas embriagadas dirijam perigosamente, mas punir qualquer pessoa que tome qualquer coisa alcoólica. É verdade que os índices de morte por acidente diminuiram, e parece que a maioria da população aplaude essa puritana idéia. Sou obrigado a ir contra a maré porque sou contra a inustiça.
Se a lei for levada a sério, acabam-se as festas de confraternização, encontros culturais e muita vida inteligente que tem como endereço bares e botecos da cidade. Não se nega a meritória intenção do governo ao propor tal lei, mas sabe-se que de boas intenções o inferno está cheio.
Há muito tempo, pelos mesmos princípios puritanos, alguns municípios proibiram o funcionamento de bares após as 22 horas, sob alegação que muita violência acontece em alguns botecos pela noite a dentro. Isso lembra a surradíssima piada do sujeito cuja esposa o traía em seu sofá predileto da sala. Como vingança, ele vendeu o sofá.
Outra novidade é a lei da capital que proíbe a circulação de caminhões pelo centro da cidade. Nobilíssima intenção do prefeito, pois não os congestionamentos estrangulam a cidade como a poluição mata a população indefesa. Em contrapartida, porém, o transporte encarece e o custo de vida, que já anda nas alturas, sobe mais um pouco. E o rodízio de veículos? Penaliza quem tem um carrinho e precisa dele para trabalhar enquanto os mais ricos que possuem dois carros se viram à vontade.
Problemas existem sim, e não se sabe como resolvê-los. No caso do congestionamento do trânsito e da poluição pela queima de combustíveis todos sabem a solução: seria melhorar o transporte coletivo, principalmente ferroviário e metroviário, por tração elétrica. Isso resolveria também o problema de quem gosta de bebericar à noite e poderia voltar para casa sossegado, sem ter que dirigir. É claro que isso não pode ser feito da noite para o dia.
Qual a solução a curto prazo? Se algum candidato disser que a tem, não vote nele, que é mentiroso. O que não vale é arrumar soluções que não valem nada e que prejudicam uma parcela da população.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
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