sexta-feira, 13 de junho de 2014

A Pátria dos Bons

De vez em quando saio com o poeta Wender Cardoso para divulgar meu livro “Canção Pro Sol Voltar”.

Numa dessas cheguei à porta do Sindicato do Comércio Varejista de Guarulhos. O horário de expediente havia terminado e uma funcionária já havia fechado a porta e estava indo embora. Pensamos em dar meia volta, mas ela nos atendeu, tornou a reabrir e comunicou-se com alguns diretores que ainda estavam em reunião, fomos bem atendidos e vendemos alguns livros.

A historia como vimos é simples. Vendemos alguns livros. Os funcionários comuns ao terminar o expediente vão embora gozar de merecido descanso. Não tem obrigação de atenderem retardatários. Essa moça, mais do que zelosa funcionária, mostrou ter boa vontade, qualidade que merece elogios num mundo tão matemático como o nosso. Coloco como epígrafe no meu livro uma frase do poeta russo Ievgeny Evstushenko, do livro Autobiografia Precoce: ”Sou patriota da pátria dos homens bons”. O poeta rompeu com o comunismo porque queria cantar as coisas simples dos homens e da natureza, e seus líderes queriam que cantasse O trabalho, a Máquina, a Produção e o Sistema.

O mundo não se consertará com discursos demagógicos, arruaças, e muito menos com revoluções sangrentas. Mas atitudes simples como a da funcionária revelam que a pátria dos Homens Bons não está tão despovoada como pensam os pessimistas de plantão.