Quem é Epaminomdas? Ora, é nada mais, nada menos que o meu travesseiro. Batizei-o por brincadeira, com meu amigo Wender Cardoso, o “Mãozinha”, que durante muito tempo foi meu guia, meu ledor,confidente e parceiro de aventuras imaginárias. Talvez, no transcorrer deste livro, eu fale mais dele, não sei. Agora quero falar de Epaminondas, que pode ser tamb´´em meu amigo imaginário. Se as criancinhas tem seus amigos imaginários, que pode ser seu cachorro, seu gato ou o personagem de um gibi, por que um sexagenário não pode? Sim, por que quando eu inventei esse nome para o travesseiro, era apenas sexagenário.
Se conversar com o travesseiro é coisa de maluco, eu não estou sozinho nesse hospício. Conheço muita gente que conversa com o seu, embora ele seja o único que tem nome.Os denais travesseiros, coitados, servem apenas como símbolo para pessoas que se julgam honestas e cumpridoras dos seus deveres, e gabam-se de repousar sossegadas com ele, sem peso na consciência, Ou pessoas que arrumam encerenca e à noite o consultam, esperando um conselho amigo. Funcionam melhor do que um pai, uma mãe, marido ou mulher, ou até um padre confessor, por que não falam, não cobram, nem dão penitência.
O Epaminondas é diferente. Ouve atentamente a minha tagarelice, e responde. Não por som, ele é mudo de nascença, embora não seja surdo. Comunica-se por escrito. É impressionante as páginas que leio à noite. Principalmente agora, que a dedficiência visual me tornou analfabeto. Leio páginas inteiras, muito instrutivas, cheias de filosofia ou informações. Mas é gozador, e quando estou entretido na leitura, embevecido com os ensinamentos e conceitos, de repente passa para a maior sacanagem, com palavrões, baixarias, acusando-me de coisas que sou mesmo, mas que procuro disfarçar. Talvez ele tenha complecxo de grilo falante, a consciência de Pinóquio.
25/06/2016
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