que chega devagarinho,
depois se instala de vez.
Depois faz um calorão,
como pedindo perdão
pelo frio que à noite fez.
Os cachorros vira-latas
depois da noite sofrida,
felizes, deitam-se ao sol,
Não pensam no fim do mundo,
no alto custo de vida,
no preço da gasolina,
na final do futebol,
querem o sol, simplesmente.
Ao seu lado passa gente.
Passam todos apressados,
fortemente agasalhados,
em busca da condução
para não perder a hora.
O sol não lhes interessa,
seu dia-a-dia tem pressa.
Suas contas atrasadas,
suas vidas mal passadas,
sua angústia sem socorro.
Ah, se o sol nascesse pra todos!
Ah, se fôssemos cachorros!
Castelo Hanssen
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